Infelizmente, a região de
Viseu nunca teve “grande voz” junto dos poderes políticos da capital. Nós somos
mesmo o interior do país, não temos partilha de fronteira com Castela, nem com
o mar. De tempos a tempos “colam-nos” determinados substantivos para nos
diminuir e justificar algumas decisões contrárias aos nossos interesses. Alguém
compreende, quando se vai para o litoral sul ao para a Lusa Atenas temos de ir
num carreiro de formigas que é o Ip3? É aceitável a solução que neste momento
estão a desenvolver? Já se deram ao trabalho de analisar o “PRR”, mais
conhecido por “bazuca” em relação ao que tem previsto para o interior? Outra
situação inaceitável que infelizmente já caiu, a não criação da Universidade Pública
em Viseu, talvez, o projeto mais consistente e adequado que foi concebido no
país, de ensino superior nos últimos cinquenta anos.
Assim sendo é com grande
tristeza que vemos partir duas vozes da região, vozes que ultrapassaram as
barreiras naturais e psicológicas que nos ditaram. Vozes que tinham orgulho das
suas raízes e defendiam o interior como poucos. São essas vozes quem fazem
falta, porque eram “vozes com ideias”, “Vozes com ação no terreno”.
Apesar de serem de
quadrantes políticos diferentes, admirava os dois e vendo bem, até não eram tão
diferentes como isso. Defendiam as suas causas e analisando os tempos que
correm, admira ver alguém que objetivamente não tinha culpa, assumir a “culpa
política”, mesmo que em tempos tenha dito “quem se mete com o PS leva”. Duas
pessoas com ideias para o interior e sem sombra de dúvidas ficámos mais pobres
e com menos voz.
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