10 de agosto de 2020

Nossa Senhora do Campo - o cumprir de um voto do povo do Guardão!

 

 

Ouve-se e abusa-se naquele jargão “político” de valorizar o território que virou moda, desprovido, na maioria das vezes de sentido, porque são as pessoas que dão sentido aos lugares, às tradições, às memórias.

Valoriza-se o território, ou seja, os lugares, quando o ato de dar a palavra, empenhar a palavra, ser um Homem de palavra, ser um povo de palavra se efetivamente cumpre. Assim o foi em 1682, as mulheres e homens de Santa Maria do Guardão rogaram a Nossa Senhora do Campo proteção para os seus campos agrícolas, já que uma praga de lagartas dizimava tudo à sua passagem. Prometeram vir até ao fim dos tempos se fossem socorridos por Nossa Senhora do Campo, ano após ano cumprem a sua palavra, algumas vezes até contrariando às indicações da Igreja, como o ocorrido nos anos 40 do século passado.

Assim, no dia 10 de agosto, por sinal dia de São Lourenço vieram mais uma vez, não em procissão, mas sim em pequenos grupos com ligações familiares, respeitando as normas da DGS deram três voltas à Capela de Nossa Senhora do Campo e rezaram.

Quando tive conhecimento, por um amigo, deste ato, a emoção apoderou-se de mim, sendo justo que publicamente faça o reconhecimento por esse gesto tão simbólico, tão forte, tão carregado de sentido, de memória, sim, um gesto que valoriza o território que valoriza um povo que preserva e respeita as suas memórias.

Liga-me a fé à Nossa Senhora do Campo, à Festa das Cruzes, a toda esta tradição secular que merece ser defendida e divulgada.

Por isso, o meu sincero agradecimento a todos aqueles que mais uma vez respeitaram a palavra dos seus antepassados, porque ser do povo é compreender este gesto, é valorizá-lo, já que os outros não o fazem, nós como sociedade civil, o fazemos e assim o divulgamos.


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