Nossa Senhora do Campo, rogai por nós!
15 de agosto, dia de
Assunção de Nossa Senhora, nesse dia, as paróquias de Santa Eulália de
Besteiros e Castelões iam com as suas procissões ao santuário de Nossa Senhora
do Campo.
Essa devoção de ação de
graças iniciou-se em 1682, quando de joelhos em terra, braços levantados para Nossa
Senhora rogaram a pedir proteção para os seus campos, que os livrasse de uma
praga que tudo devorava. Parece que esse ano, ano de 1682 foi bastante aziago
para a agricultura, tanto a do vale como da serra. Desesperados, mulheres e
homens viram a sua sobrevivência ser colocada em causa. Uma praga de lagartas
atacou os campos agrícolas, deixando na sua passagem destruição, dor, miséria,
impotentes perante tal cenário pediram a Nossa Senhora do Campo ajuda e, ao ser
concedida a graça vieram em procissão, no dia 15 de agosto, neste caso, a freguesia
de Santa Eulália de Besteiros e a freguesia de Castelões. A procissão de Santa
Eulália de Besteiros saía com os pendões, a cruz e lanternins da Igreja Matriz
de Santa Eulália em direção ao santuário de Nossa Senhora do Campo, enquanto a
freguesia de Castelões saía da Igreja Matriz de São Salvador de Castelões e
passava a ponte da Brazina, onde normalmente eram aguardados pelos anfitriões.
Assim vieram todos os
anos e, o último ano em que a freguesia de Castelões cumpriu a sua em procissão,
segundo o registo encontrado, foi em 1919, depois de alguns anos de interregno,
em consequência da implantação da I República e de alguns desvarios
provocatórios em relação à cerimónia religiosa. A freguesia de Santa Eulália,
também deixou de realizar a sua procissão, somente se cumpre com a Eucaristia
celebrada no santuário.
Assim, as freguesias do
vale e da serra vinham no mês de agosto ao santuário de Nossa Senhora do Campo.
Santiago de Besteiros vinha no dia 5 de agosto, dia de Nossa Senhora das Neves,
enquanto Santa Maria do Guardão cumpre o seu voto, no dia 10 de agosto, dia de
São Lourenço e ainda o hoje o faz e, Santa Eulália de Besteiros e Castelões
vinham a 15 de agosto. Todas as procissões eram separadas por cinco dias, mas
concentrando-se no mês de agosto, mais tarde participavam, agora de forma individual
na grande peregrinação a 8 de setembro.
Ocorriam outras procissões durante o ano, algumas delas, de outras freguesias que vinham agradecer graças concedidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário