MEMÓRIAS DE BESTEIROS
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Quando
se viaja, por terras distantes dos grandes centros e dos roteiros turísticos,
descobre-se outros mundos e ao mesmo tempo, nos apercebemos que de onde viemos
é um sítio tão pequenino, mesmo tão pequenino que se perde na imensidão que é o
mundo. Mas de tão pequenino que é, foi para nós, como o centro do mundo. Ao
mesmo tempo temos a sensação que somos reis, sim, podemos ser reis, mas não
reparámos que não temos reino, nem soldados, nem armas. Mesmo assim, não deixa
de ser a nossa terra, o nosso pequeno mundo, mas para qual olhamos com outros
olhos, uns olhos mais de ver a realidade que resulta da distância e das
vivências que transportamos.
Nesses
olhares valorizamos pequenas coisas, que para outros serão dispensáveis, mesmo
aviltantes para quem se sente rei, em terras tão pequenas, mas sem discernir
essa realidade. Pensamos nós, que a tecla é uma arma, até nos convencemos que o
computador ou o telemóvel são couraças que nos protegem e, entrincheirados no reduto
cada um, decidimos “guerrear meio mundo”, já que o outro com a tragédia que
vive, coitado, nem para isso tem tempo.
Mesmo
assim, Campo de Besteiros, que bonito teria ficado, só Besteiros, era assim que
os nossos antepassados queriam, provavelmente uma minoria, já que vingou, antes
colocarem Campo. Desculpem, adoro dizer que sou de Besteiros, talvez por ter
nascido, no Seixo.
Sejam
cientes que Campo de Besteiros é a terra mais bonita do mundo, porque é a minha
terra, só não é o centro do mundo, porque o mundo tem muitos centros, o centro
de cada um!
Cuidem-se,
porque a batalha ainda agora vai no começo.
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