25 de abril de 2020

MEMÓRIAS DE BESTEIROS 11


SENHOR DO CALVÁRIO, AQUI VIMOS SENHOR!

Capela do Senhor do Calvário olhada da Praça da República

Obviamente, o Monte do Calvário, ou a Capela do Senhor do Calvário, antes chamada a Capela do Santo Cristo são lugares de memória dos besteirenses. Sempre o foram ao longo da história, desde a sua construção, neste caso, o santuário. Localizava-se fora do povoado, até com uma distância considerável das primeiras casas, pertencia aos fregueses, ou seja, ao povo da freguesia de Santa Eulália de Besteiros. Assim bem referido nas Memórias Paroquiais de 1758 e, já na altura, segundo o relato do abade da freguesia era sempre muito concorrido, principalmente, na Semana Santa e no dia da Festa da Cruz.
Muitos de nós, do monte, já muitas vezes olharam Campo de Besteiros, ou antes, Santa Eulália de Besteiros. Lugar de atratividade como protege o vale de Besteiros, principalmente os habitantes da “bela adormecida”. Chegava-se melhor à capela, não pela rua principal, mas sim, pelo caminho virado a norte.  Hoje bem diferente, alindado, com melhores acessos que foram evoluindo ao longo tempo. Sabemos nós que na nossa terra, no nosso vale, Nossa Senhora do Campo, o Senhor do Calvário, zelam por nós e, para Eles a nossa oração, o nosso apelo de proteção. Poderia contar muitas histórias da festa de 3 de maio, muitas histórias de devoção, principalmente dos “nossos irmãos” que partiram para terras brasileiras. Descrições lindíssimas encontrei nos jornais da época e, em dia de procissão, em dia de 3 de maio, no Seixo montava-se um palanque, onde as raparigas atiravam flores sobre Cristo Cruxificado.  Assim era o caminho nesse dia atapetado de flores, flores nascidas num vale fértil, num vale benfazejo, num vale que dava sustento para todos, até ao monte, ao nosso Monte do Calvário, até à capela, a nossa capela do Calvário, até ao Senhor, o nosso Senhor do Calvário.

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