SENHOR DO CALVÁRIO, AQUI VIMOS SENHOR!
Capela do Senhor do Calvário olhada da Praça da República |
Obviamente, o Monte do
Calvário, ou a Capela do Senhor do Calvário, antes chamada a Capela do Santo
Cristo são lugares de memória dos besteirenses. Sempre o foram ao longo da
história, desde a sua construção, neste caso, o santuário. Localizava-se fora
do povoado, até com uma distância considerável das primeiras casas, pertencia
aos fregueses, ou seja, ao povo da freguesia de Santa Eulália de Besteiros.
Assim bem referido nas Memórias Paroquiais de 1758 e, já na altura, segundo o
relato do abade da freguesia era sempre muito concorrido, principalmente, na
Semana Santa e no dia da Festa da Cruz.
Muitos de nós, do monte,
já muitas vezes olharam Campo de Besteiros, ou antes, Santa Eulália de
Besteiros. Lugar de atratividade como protege o vale de Besteiros,
principalmente os habitantes da “bela adormecida”. Chegava-se melhor à capela,
não pela rua principal, mas sim, pelo caminho virado a norte. Hoje bem diferente, alindado, com melhores
acessos que foram evoluindo ao longo tempo. Sabemos nós que na nossa terra, no
nosso vale, Nossa Senhora do Campo, o Senhor do Calvário, zelam por nós e, para
Eles a nossa oração, o nosso apelo de proteção. Poderia contar muitas histórias
da festa de 3 de maio, muitas histórias de devoção, principalmente dos “nossos
irmãos” que partiram para terras brasileiras. Descrições lindíssimas encontrei
nos jornais da época e, em dia de procissão, em dia de 3 de maio, no Seixo
montava-se um palanque, onde as raparigas atiravam flores sobre Cristo
Cruxificado. Assim era o caminho nesse
dia atapetado de flores, flores nascidas num vale fértil, num vale benfazejo,
num vale que dava sustento para todos, até ao monte, ao nosso Monte do
Calvário, até à capela, a nossa capela do Calvário, até ao Senhor, o nosso
Senhor do Calvário.
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