Campo de Besteiros, Historiando!
Todos os dias, mesmo, todos os dias,
trezentos e sessenta cinco dias no ano, ou como este ano, trezentos e sessenta
seis dias, penso no meu torrão natal, na “bela adormecida” e na minha serra, o
Caramulo. Todos os dias, a memória enche-se imagens de tempos idos, que não
voltam em que calcorreava os caminhos, as veredas, em que inspirava o ar puro
deste cantinho único que é o vale de Besteiros. Ser de Besteiros fiquem cientes
é ser diferente, mesmo, somos diferentes, mas orgulhamo-nos disso, ser
diferentes. Aqui não importa ter bebido água na Fonte do Bico, ou na da Póvoa, muito
menos na do Calvário, diziam alguns, a melhor, aqui interessa ser devoto de Nossa
Senhora do Campo, sim, acreditamos na Nossa Senhora do Campo que nos protege. Para
os mais jovens nunca souberam, ou, irão saber, o prazer de mergulhar na Pedra Furada,
ou mesmo, na Tabuaça. Os nossos dias eram regidos pelo toque do sino da Igreja Matriz
e das sirenes das fábricas, a Velha e a Nova.
Na hora de despegarem do trabalho era um
enxame de gente, a pé ou de bicicleta, a avenida Afonso Costa enchia-se como
por magia da vozearia dos operários besteirenses. (continua)
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