10 de abril de 2013

RIO CRÍS - AÇUDE DO MOINHO DE VEIA


Sozinho, um pouco triste com o seu cajado, ajuda indispensável para se deslocar, vai matando o tempo sentado num banco à beira da rua junto a sua casa. A rua há muito que perdeu o bulício das crianças, poucos são os que passam, a escola também já fechou. Mas quando se fala no Moinho de Veia, os seus olhos como que arregalam, rejubilam mesmo, a relembrar tempos idos, quando nas tardes de verão aquele lugar ganhava vida com o bulício das crianças, nas suas brincadeiras na água. Era mesmo a praia da Ribeira e foram muitos que se banharam nas suas águas, aprenderam a dar as primeiras braçadas, sem rigor de atleta, mas como manda a lei da vida o importante é desenrascar.

O Crís tem locais de encanto, locais mesmo de cortar a respiração onde a natureza atrai, nos encanta. Locais que precisam urgentemente de ser requalificados com medidas que devolvam o rio às gentes de Besteiros. Noutros sítios as pessoas orgulham-se de terem os rios menos poluídos da Europa. Poderia ser também o nosso objectivo, porque ouvir relatos de outros tempos, o rio fez parte integrante da nossa civilização, da nossa forma de ser e de estar.
Perder o rio é perder um pouco de nós, da mossa memória. O rio continuará a correr, mas sem as pessoas, sem alegria, sem vida é como mudasse de sítio, só chamando atenção, no inverno quando extravasa as margens.

 

 

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