Confidenciou-me um amigo que no dia 1 de novembro, já a penumbra da noite abraçou a terra onde vive, desloca-se em família, ao cemitério. O silêncio predomina naquele campo sagrado, enquanto vão num monólogo de tumba em tumba recordam momentos vividos com aqueles que partiram. Quase sempre momentos felizes, em que a memória registou e guardaram no coração. Os que partem ficam junto a nós, enquanto houver alguém que os recorde, que nomeie o seu nome, que conte a sua história. São os nossos heróis que amamos, apesar da sua ausência.
Assim o sinto, quando volto ao espaço
sagrado da nossa comunidade, na maioria das vezes com lágrimas nos olhos, voz
embargada, o coração sofrendo de saudade, os braços caídos ao longo do corpo,
porque infelizmente, já não os posso abraçar. De todos temos uma memória, de
todos temos uma história, de todos temos um momento que se impregnou em nós, um
sorriso que perdurou e ainda perdura e nos aconchega e embala nesta agrura de
um tempo cinzento.
Dia da memória, dia de honrar os
nossos, dia em que nos faz pensar na fragilidade da vida humana. A todos que
tal como eu sentem ausência daqueles que partiram a quem, por vezes não
conseguimos pronunciar o último adeus, um abraço fraterno. Façamos por honrar
os nossos, sejam familiares, amigos.
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