4 de fevereiro de 2021

4 de fevereiro de 1929 - Parabéns "Bela Adormecida"!

 

Campo de Besteiros, o encontro com a História!

 


            4 de fevereiro é considerado como aniversário de Campo de Besteiros relativo à atribuição do título honorífico de vila em 1929 é uma marca no tempo da memória besteirense. Campo de Besteiros, antiga freguesia de Santa Eulália de Besteiros viu ser-lhe atribuído esse nome e a categoria de vila pelo decreto n.º 16467, apesar de já ser designada assim, ou de uma forma abreviada como Besteiros. Apesar do nome Besteiros estender-se à região compreendida entre o Barreiro de Besteiros e Paranho do mesmo nome, o nome confinava-se à margem esquerda para juzante do Rio Crís. Numa realidade mais restrita, o nome aplicava-se a um conjunto de três freguesias que tinham como coração Santa Eulália de Besteiros. A confirmar as minhas palavras, o jornal “Folha de Tondela” em 1919 designava a correspondência desta região como de Besteiros.

            Esse dia representa um fraco pecúlio o título honorífico de vila para quem tinha almejado tanto. Foram muitos o que se envolveram nessa causa, não só de Santa Eulália de Besteiros também de outras freguesias limítrofes bem como da serra do Caramulo. Unidos por uma causa, como nunca sem barreiras ideológicas ou partidárias imbuídos do mesmo espirito acreditaram que seria possível. Ânsia de procurar um novo rumo, o ter na mão o poder de decidir contra uma política, já na altura centralizadora, levou ao desejo da criação, ou em parte de o refundar o concelho de Besteiros. Ato que levantou alguma polémica, mas pela leitura dos jornais da época existia uma aceitação tácita. O novo concelho só não foi criado, segundo o que se pode inferir nos escritos da época pela mudança de ministro, o que naquele tempo era demasiado frequente e também da intervenção de um militar de alta patente. Apesar disso, pesou a decisão da freguesia do Barreiro que à última hora não retificou a sua entrada no novo concelho. Assim, morria o sonho, assim assistiu-se a um concelho com um desenvolvimento a ritmos diferentes.

Curiosamente, a oficialização da atribuição solene do título de vila foi numa data significativa para os besteirenses, 3 de maio de 1929. Nesse dia, houve festa, festa rija, embora em alguns discursos e artigos sinta-se alguma desilusão, mas para um “ventre habituado a pouco”, qualquer coisa já era muito, neste caso, o título de vila.

Estamos no século XXI, no ano 21, mas em tempos de incerteza e de angustia não teremos tempo nem disposição para nos preocuparmos com o aniversário da nossa “bela adormecida”, embora exista a esperança do encontro com a História. Poderá, quem sabe aparecer um timoneiro ou um conjunto de timoneiros que acordem deste sonho profundo. Quem sabe?

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