Campo de
Besteiros, o encontro com a História!
4 de fevereiro é
considerado como aniversário de Campo de Besteiros relativo à atribuição do
título honorífico de vila em 1929 é uma marca no tempo da memória besteirense. Campo
de Besteiros, antiga freguesia de Santa Eulália de Besteiros viu ser-lhe
atribuído esse nome e a categoria de vila pelo decreto n.º 16467, apesar de já
ser designada assim, ou de uma forma abreviada como Besteiros. Apesar do nome
Besteiros estender-se à região compreendida entre o Barreiro de Besteiros e
Paranho do mesmo nome, o nome confinava-se à margem esquerda para juzante do
Rio Crís. Numa realidade mais restrita, o nome aplicava-se a um conjunto de
três freguesias que tinham como coração Santa Eulália de Besteiros. A confirmar
as minhas palavras, o jornal “Folha de Tondela” em 1919 designava a
correspondência desta região como de Besteiros.
Esse dia
representa um fraco pecúlio o título honorífico de vila para quem tinha
almejado tanto. Foram muitos o que se envolveram nessa causa, não só de Santa
Eulália de Besteiros também de outras freguesias limítrofes bem como da serra
do Caramulo. Unidos por uma causa, como nunca sem barreiras ideológicas ou
partidárias imbuídos do mesmo espirito acreditaram que seria possível. Ânsia de
procurar um novo rumo, o ter na mão o poder de decidir contra uma política, já
na altura centralizadora, levou ao desejo da criação, ou em parte de o refundar
o concelho de Besteiros. Ato que levantou alguma polémica, mas pela leitura dos
jornais da época existia uma aceitação tácita. O novo concelho só não foi
criado, segundo o que se pode inferir nos escritos da época pela mudança de
ministro, o que naquele tempo era demasiado frequente e também da intervenção
de um militar de alta patente. Apesar disso, pesou a decisão da freguesia do
Barreiro que à última hora não retificou a sua entrada no novo concelho. Assim,
morria o sonho, assim assistiu-se a um concelho com um desenvolvimento a ritmos
diferentes.
Curiosamente, a oficialização da atribuição solene do título de
vila foi numa data significativa para os besteirenses, 3 de maio de 1929. Nesse
dia, houve festa, festa rija, embora em alguns discursos e artigos sinta-se
alguma desilusão, mas para um “ventre habituado a pouco”, qualquer coisa já era
muito, neste caso, o título de vila.
Estamos no século XXI, no ano 21, mas em tempos de incerteza e de
angustia não teremos tempo nem disposição para nos preocuparmos com o
aniversário da nossa “bela adormecida”, embora exista a esperança do encontro
com a História. Poderá, quem sabe aparecer um timoneiro ou um conjunto de timoneiros
que acordem deste sonho profundo. Quem sabe?
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