4 de julho de 2020

MEMÓRIAS IMAGENS DE BESTEIROS 5


"QUEM TE MANDA A TI TOCAR RABECÃO!" 


O povo, o povo define os lugares e, os lugares definem o povo. Será assim, ou não o é, mas aprendemos muito sobre um determinado povo, quando estudamos a sua cultura, as suas representações, as suas expressões, mesmo o comportamento sobre determinadas situações. Uns são situacionistas, outros, nem por isso, manifestam rebeldia, nos atos, nas formas de aceitar as coisas. Das “revoltas” controladas, ou das “revoltas descontroladas”, poderá aparecer algum que se considere mais habilidoso e vai de ripar um rabecão e começa a dar uns acordes que aos ouvidos dos outros não soa tão bem, antes de forma incompreensível, em que as notas destoam, e desse destoar, vemos o tempo a passar.  

Assim surgiu a expressão “de quem te manda a ti sapateiro, tocar rabecão”. Claro, que alguns diriam “bem que tocas rabecão” outros, torceriam o nariz, os verdadeiros virtuosos da música levariam as mãos à cabeça, e pensavam para eles, “que crime de lesa pátria”. De cada tocadela cada um sabe o motivo, e cada se dá uma sachadela, pensam alguns que a horta é só sua, deverão estar convencidos que irão encontrar minhoca, esquecendo-se que a horta até possa ser comunitária. Ou então, aquela velha expressão portuguesa “aqui há gato”, fosse pelo cheiro, ou pela alergia e o espirro que o mesmo causaria. Alguns são alérgicos a felídeos, mas que os mesmos são engraçados, são, mas habituadinhos à areia não o deixam ficar no chão, mas olhem aqui há gato e não deve ser somente pelo cheiro.  Poderia escrever também, gato escondido com o rabo de fora, não é que os bichanos bem se tentam esconder, mas não é que “o antenas” fica no ar e deixa-nos sempre espreitar.

Para dizer ao certo nem sei qual é motivo desta memória, se recente, provavelmente, “esqueci” como diz o Olavo, “esqueci stôr”, esqueci, esqueci de fazer o trabalho”. Desarmados pelo sorriso, também por um abraço, “mas sabes qual era o trabalho?”

“Que pergunta, se esqueci, claro que não sei qual era o trabalho”.

Tens razão Olavo, tens razão, por vezes é melhor esquecer, não saber as razões e nem sequer saber os motivos, esquecer, porque esquecer vais continuar a não ver, e continuarás a ouvir o tocador de rabecão.  


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