O povo, o povo define os
lugares e, os lugares definem o povo. Será assim, ou não o é, mas aprendemos
muito sobre um determinado povo, quando estudamos a sua cultura, as suas
representações, as suas expressões, mesmo o comportamento sobre determinadas
situações. Uns são situacionistas, outros, nem por isso, manifestam rebeldia, nos
atos, nas formas de aceitar as coisas. Das “revoltas” controladas, ou das “revoltas
descontroladas”, poderá aparecer algum que se considere mais habilidoso e vai
de ripar um rabecão e começa a dar uns acordes que aos ouvidos dos outros não
soa tão bem, antes de forma incompreensível, em que as notas destoam, e desse
destoar, vemos o tempo a passar.
Assim surgiu a expressão “de
quem te manda a ti sapateiro, tocar rabecão”. Claro, que alguns diriam “bem que
tocas rabecão” outros, torceriam o nariz, os verdadeiros virtuosos da música
levariam as mãos à cabeça, e pensavam para eles, “que crime de lesa pátria”. De
cada tocadela cada um sabe o motivo, e cada se dá uma sachadela, pensam alguns
que a horta é só sua, deverão estar convencidos que irão encontrar minhoca,
esquecendo-se que a horta até possa ser comunitária. Ou então, aquela velha
expressão portuguesa “aqui há gato”, fosse pelo cheiro, ou pela alergia e o
espirro que o mesmo causaria. Alguns são alérgicos a felídeos, mas que os
mesmos são engraçados, são, mas habituadinhos à areia não o deixam ficar no
chão, mas olhem aqui há gato e não deve ser somente pelo cheiro. Poderia escrever também, gato escondido com o
rabo de fora, não é que os bichanos bem se tentam esconder, mas não é que “o
antenas” fica no ar e deixa-nos sempre espreitar.
Para dizer ao certo nem
sei qual é motivo desta memória, se recente, provavelmente, “esqueci” como diz
o Olavo, “esqueci stôr”, esqueci, esqueci de fazer o trabalho”. Desarmados pelo
sorriso, também por um abraço, “mas sabes qual era o trabalho?”
“Que pergunta, se
esqueci, claro que não sei qual era o trabalho”.
Tens razão Olavo, tens
razão, por vezes é melhor esquecer, não saber as razões e nem sequer saber os
motivos, esquecer, porque esquecer vais continuar a não ver, e continuarás a
ouvir o tocador de rabecão.
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