História de uma fotografia
Naquele sábado, era mais
um sábado, porém era um sábado diferente, após o desconfinamento, porque
poderia regressar por algumas horas, a Campo de Besteiros, ou a Besteiros como
gosto de escrever e de dizer. Como se aproximava a Festa das Cruzes, porque não
subir a serra, a minha serra, Caramulo. Curiosamente, subi à serra sem ter
passado por Campo de Besteiros. Queria regressar, por outro lado, vê-la de um
posto de observação mais elevado e aí sim, como que abraçá-la. Manias, somente
manias, mas se o queria, assim o fiz. Então, na viagem do Caramulo para a “bela
adormecida” entretive-me a parar o carro, a fotografar, tendo sempre por cenário,
a nossa terra, Campo de Besteiros.
Desci a serra com várias
paragens, assim cheguei a Campo de Besteiros, por sinal, e sem saber, tinha
encontrado “o sítio”, em que vi o verde exuberante, o casario num casamento
entre a natureza e ação humana como que perfeito. Sim, este vale é bonito,
exuberante e para quem ousa escrever o contrário, que veja que comprove, este
sim, é o coração do vale de Besteiros. Não o aumentem, porque o desfigura, não
ousem sequer mudar-lhe o nome, já assim o chamavam os guerreiros, homens e
mulheres de têmpera dura e obstinada, quando chegavam ao Alto do Coelhoso
sentiam entrar no mundo de magia no mundo de Besteiros.
Campo de Besteiros é um
poema escrito pela natureza que escolheu as palavras mais significativas, por
vezes, ficamos tristes pela sua pouca ambição, pelo pouco respeito pela
História, mas que terra, que gentes, se quisessem remar todos para o mesmo
lado. O que seria! Gostaríamos de ver os campos cultivados, outras cores a
colorir a paisagem. Gostaríamos de ver também a água do rio a correr límpida,
infelizmente não é assim que acontece.
Será sempre Campo de
Besteiros, Besteiros ou então, Santa Eulália de Besteiros.
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