31 de maio de 2020

MEMÓRIA E IMAGENS DE BESTEIROS




História de uma fotografia


Naquele sábado, era mais um sábado, porém era um sábado diferente, após o desconfinamento, porque poderia regressar por algumas horas, a Campo de Besteiros, ou a Besteiros como gosto de escrever e de dizer. Como se aproximava a Festa das Cruzes, porque não subir a serra, a minha serra, Caramulo. Curiosamente, subi à serra sem ter passado por Campo de Besteiros. Queria regressar, por outro lado, vê-la de um posto de observação mais elevado e aí sim, como que abraçá-la. Manias, somente manias, mas se o queria, assim o fiz. Então, na viagem do Caramulo para a “bela adormecida” entretive-me a parar o carro, a fotografar, tendo sempre por cenário, a nossa terra, Campo de Besteiros.
Desci a serra com várias paragens, assim cheguei a Campo de Besteiros, por sinal, e sem saber, tinha encontrado “o sítio”, em que vi o verde exuberante, o casario num casamento entre a natureza e ação humana como que perfeito. Sim, este vale é bonito, exuberante e para quem ousa escrever o contrário, que veja que comprove, este sim, é o coração do vale de Besteiros. Não o aumentem, porque o desfigura, não ousem sequer mudar-lhe o nome, já assim o chamavam os guerreiros, homens e mulheres de têmpera dura e obstinada, quando chegavam ao Alto do Coelhoso sentiam entrar no mundo de magia no mundo de Besteiros.
Campo de Besteiros é um poema escrito pela natureza que escolheu as palavras mais significativas, por vezes, ficamos tristes pela sua pouca ambição, pelo pouco respeito pela História, mas que terra, que gentes, se quisessem remar todos para o mesmo lado. O que seria! Gostaríamos de ver os campos cultivados, outras cores a colorir a paisagem. Gostaríamos de ver também a água do rio a correr límpida, infelizmente não é assim que acontece.
Será sempre Campo de Besteiros, Besteiros ou então, Santa Eulália de Besteiros.

Nenhum comentário:

-------------------------------Um baú de histórias e memórias--------------------------------