O JOGO DA MALHA EM BESTEIROS
Um dos jogos que mais recordo com saudades, daquelas
saudades que apertam dos meus tempos de criança, principalmente, por o ver
jogar, no Seixo, sim, onde nasci, era a malha. Jogo de pontaria, mesmo de
estratégia e era sobretudo um jogo de equipa. Passavam-se tardes de domingo a
jogar à malha, algumas das equipas eram feitas na hora, outras já previamente
escolhidas, mas todas procuravam a vitória, não de troféus ou de taças, mas sim,
simplesmente por uma rodada de copos de vinho. Como sabem, beber vinho naquela
época era dar alimento a um milhão de portugueses. Hoje, até os estudos o afirmam
que beber com moderação até faz bem ao coração.
Jogo da malha, ou para outros o Chinquilho mas com algumas diferenças, ou jogo do fito, ou então o jogo do bicho. A sua origem, poderá ser grega ou romana, também parecido com outros jogos europeus. Sim, ao certo não o sabemos de onde terá vindo, mas ao qual foi dado uma “cara” bem portuguesa. Hoje menos praticado junto da juventude, mas seria interessante a sua recuperação, a nível local.
Jogo da malha, ou para outros o Chinquilho mas com algumas diferenças, ou jogo do fito, ou então o jogo do bicho. A sua origem, poderá ser grega ou romana, também parecido com outros jogos europeus. Sim, ao certo não o sabemos de onde terá vindo, mas ao qual foi dado uma “cara” bem portuguesa. Hoje menos praticado junto da juventude, mas seria interessante a sua recuperação, a nível local.
De diferentes regras conforme a zona do país, dessas diferenças que
advém a sua beleza e podemos considerar que transporta consigo um significado
mágico e mesmo de mistério. Praticava-se em determinadas épocas do ano, mais
libertas do trabalho agrícola, ocupando de uma forma saudável, as tardes
domingueiras depois de se cumprir com o preceito religioso. Na praça da aldeia,
numa rua ainda em terra, qualquer espaço rústico reunia as condições ideais
para as malhas procurarem derrubar o pino, ou num termo mais brejeiro, o
denominado “piço”. Três pontos por um derrube, ou um ponto pelas malhas ou
patelas que ficavam mais próximas do pino. De ponto em ponto enchia a galinha
ao bico até chegar aos trinta pontos. Então lá vinha cântara e os copos para
não se perder tempo, porque também era importante “molhar a palavra”, neste
caso até as malhas deslizavam melhor. Jogava-se assim em Besteiros, na sua
verdadeira capital, não tão robusta, porque para ela não escorreram os dinheiros
públicos, como para outras terras com menos merecimento, mas mais enfeitadas e
protegidas.
Estes jogos tradicionais transmitiam-se de geração em geração pela via oral, transformando as regras de região para região, por isso é que temos hoje cerca de cinquenta tipos diferentes de jogos de malha.
Ao praticar estes jogos, o povo criava momentos de cultura, de competição saudável, preenchia os seus momentos de lazer e sobretudo reforçava o sentimento de união proveniente da partilha. Os jogos criam laços entre aqueles que os praticam, laços também entre gerações reforçando o espírito de pertencer a um grupo.
Estes jogos tradicionais transmitiam-se de geração em geração pela via oral, transformando as regras de região para região, por isso é que temos hoje cerca de cinquenta tipos diferentes de jogos de malha.
Ao praticar estes jogos, o povo criava momentos de cultura, de competição saudável, preenchia os seus momentos de lazer e sobretudo reforçava o sentimento de união proveniente da partilha. Os jogos criam laços entre aqueles que os praticam, laços também entre gerações reforçando o espírito de pertencer a um grupo.
Escrevi este artigo faz dez anos, mal sabia eu, que nesta
altura ainda mais é a nostalgia por aqueles momentos em que se era realmente
livre. Sim, “éramos felizes, mas não sabíamos”.
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