10 de setembro de 2017

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CAMPO - Continuação






Como de costume, e desde que me lembro, pelas onze horas iniciou-se a Eucaristia abrilhantada, este ano, pela banda filarmónica de Pinheiro de Ázere. No fim da Eucaristia, e após a bênção das colheitas expostas na Praça da República, saiu a procissão que percorreu como de costume, a Rua de Nossa Senhora do Campo em direção ao Seixo com os pendões à frente, e depois os andores carregados aos ombros magnificamente enfeitados pelas mordomas bastante extremosas e dedicadas. Obedecendo a uma ordem ancestral, na frente, o andor de Nossa Senhora das Graças, em segundo, o andor de Nossa Senhora do Carmo e por último, o andor de Nossa Senhora do Campo carregado como habitualmente por senhoras. Chegada a procissão ao cruzamento com a avenida de Santa Eulália onde se avista, e se honra a Igreja Matriz, desce em direção à Avenida Dr. Afonso Costa percorrendo-a até ao fim do parque de Campo de Besteiros, regressando à capela de Nossa Senhora do Campo, através da rua ator Alves da Silva. Chegados ao santuário, ocorria noutros tempos um momento alto, no momento da volta ao Santuário os peregrinos aproveitavam a oportunidade para se despedir de Nossa Senhora, rogando proteção. Diziam que era um momento difícil de presenciar, porque em altos brados rogavam por Nossa Senhora do Campo, prometendo voltar. Procissão simples, mas devota que encerra em si um abraço ao vale de Besteiros, e um pouco da sua história, onde hoje a agricultura resume-se a muito poucos agricultores.

Continuamos a considerar que à festa de Nossa Senhora do Campo falta outro olhar, um olhar mais atento, porque desde os primórdios tinha acoplada a si uma feira franca de grande importância para a região. Esta feira franca merecia ser recriada, mesmo que fosse só por um dia, mas para esse objetivo mereceria um olhar mais atento do Município. Deixar morrer as tradições é deixar morrer um pouco de nós, das nossas memórias daquilo que nos distinguia. 
A feira da semente, ou contrário de outras realizações era parte integrante da festa da Nossa Senhora do Campo. Preservar esta festa religiosa deve ser a missão de cada besteirense, mas nunca esquecer  “A Deus o que é Deus, a César o que é de César”. Mas não só!

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