PARABÉNS BESTEIROS F.C. - NOVENTA CINCO ANOS DE HISTÓRIA
Vinte
e sete de setembro, data por mim muitas vezes escrita, muitas vezes lembrada,
data do nascimento do Besteiros Futebol Clube em que corria o ano dezanove do
século XX. A guerra, a primeira guerra mundial tinha terminado um ano antes, de
má memória, onde milhares de portugueses foram massacrados, mas demonstraram a
sua coragem, o seu valor e a raça da nação lusitana. Do vale de Besteiros
alguns valentes soldados participaram ativamente, um deles ainda o conheci, e
deliciei-me com as suas histórias passadas nas terras de França. As suas
aventuras e desventuras passadas nas trincheiras, mas para além das más
condições, lembro que muito se queixava da comida do “franciu” e do comandante
“camone”.
Passada
a guerra, de certeza, os jovens do vale de Besteiros, aquando das férias,
entenda-se o regresso daqueles que tinham partido para as grandes cidades,
deliciavam-se com as histórias dos grandes jogos de futebol, outras “guerras”.
No concelho de Tondela já tinha chegado a “redondinha”, mas os grupos surgiam,
e ao mesmo tempo desapareciam, porque só se uniam para dar uns pontapés na dita
em algum descampado, mesmo com árvores pelo meio. Em Santa Eulália não, não se
pensava assim. A ideia já andava na cabeça dos jovens besteirenses em formar um
clube, um clube que expressasse a união de um vale, mas sobretudo que unisse as
vontades de uma terra que apesar dos registos oficiais a conhecerem como Santa
Eulália, para todos já era Besteiros, o verdadeiro coração do vale, do nosso
vale de Besteiros.
No
verão, dois jovens que jogavam no F. C do Porto, estiveram aqui de férias,
aceleraram o “bichinho”, e ainda, o outono tinha entrado há alguns dias
fundou-se o clube mais antigo do concelho de Tondela, de nome, Besteiros
Futebol Clube. Primeiro, ainda sem equipamento, era o tempo do “vale tudo”,
porque importante era “acertar” na bola para os lados do fundo do parque de
Campo de Besteiros. Primeiro campo da bola que merecia uma placa a lembrar o
feito. Nesse grupo não eram só jovens de Besteiros, mas do vale mais alargado,
de Santiago e Castelões.
Chegou
também a nós o relato do primeiro jogo contra um grupo de Nandufe, parecia na
altura um adversário temível, mas no final contou-se zero para cada lado.
Faltou o sal que apimenta os jogos que são os golos, mas conta-se que quem viu,
e parece que foram muitos, gostou, aplaudiu e vibrou pela primeira vez com o
nosso Besteiros, para mim, o melhor clube do mundo, porque é o clube da minha
terra.
Não
falarei hoje de tristeza, não falarei hoje de angústia de não ver as camisolas
pelos campos a brilhar, mas gritarei a plenos pulmões: Parabéns BESTEIROS
FUTEBOL CLUBE, são mesmo noventa cinco anos!
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