A febre do asfalto ainda não
tinha chegado à Vila de Besteiros à exceção das estradas nacionais, as outras
ruas ainda eram em macadame, se quisermos em terra batida. Assim, podia-se
fazer as fogueiras de São João com o rosmaninho a crepitar sem correr o risco
de derreter o asfalto. Saltava-se à fogueira, dançavam-se danças de roda,
cantava-se em plenos pulmões ao santo padroeiro não da nossa terra, este não
era o casamenteiro, mas mesmo assim não se esqueciam as partidas, desde vasos,
carros de bois e outros utensílios, tudo era sonegado, na calada da noite para
enfeitar as fontes, sobretudo aborrecer os proprietários. Isto de aborrecer os
proprietários tinha muito que se lhe diga, principalmente se lá em casa existia
rapariga casadoira, a rapaziada marcava posição para aborrecer o chefe de
família. Ou então, aquela senhora, zelosa dos seus pertences e que muito se
aborrecia, com os folguedos dos jovens, e aí não se era de modas a “vingança”
servia-se fria, apesar da noite quente são joanina.
De tempos idos guardam-se
memórias, que aos poucos se vão perdendo, mesmo às vezes se vão aborrecendo de
tanto enfado, que hoje o que não é virtual, transforma-se em “foleiro”, de rumo
a padronizado, mas após tanto arrazoado, se vai de arco e balão, pois então,
manda o São João, apesar de “Bento” pouco favorável, mas quem vai para o mar
avia-se em terra. Pode ser que não se verga a mola, aos States, mesmo de alemão
a comandar, coisa que muito nos incomoda, mas pior seria se fosse a “Merquele”
a mandar cá, ou sim, isso já não o sei, nem quero saber, depois de tanta epifania,
de recuo em recuo, de vaga em vaga, boa sardinha se deseja, de copinho na mão,
que seja do Dão, pois então, divirtam-se no São João. Porque o Santo António já
lá vai…
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