Das minhas andanças por Campo de Besteiros, no
concreto pela povoação do Rodonho, pude olhar, pude admirar aqueles terrenos agrícolas
bem tratados, como é usual escrever-se, um primor, onde os “mimos” crescem numa
terra que é um regalo já que a água abunda, num vale, hoje não tão importante
na agricultura.
Olhar para trás e relembrar o vale de
Besteiros em tempos idos, nesta altura do ano via-se o verde a despontar, mas
ao mesmo tempo, vislumbrava-se o castanho das terras que tinham sido lavradas
para semear o milho ou plantar as batatas. Todos os anos renascia o vale, todos
os anos a paisagem alterava-se, e poucas eram as terras que ficavam de maninho,
num vale de gente de trabalho em que a agricultura era um complemento, outras
vezes nem isso, sendo único para a casa de cada um.
De quinze e quinze dias na feira vendia-se as
novidades, nesta caso as batatas novas temporãs que só um clima e terra de
eleição permitia, já por esta altura, tê-las na mesa regadas com um azeite
saboroso, porque era produzido por nós. As batatas, as ervilhas e outros mimos
que a terra tinha produzido, que a terra na sua bondade anual nos ofertava,
apesar do trabalho, apesar do esforço, por vezes árduo de quem amanhava a terra
num trabalho braçal que se repetia ano e após ano. Do meu tempo de criança, e
mesmo jovem ainda existia o lavrador com os seus bois e contratado para os trabalhos
agrícolas necessários, como lavrar e arar os campos.
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