Os
mais velhos, de certeza guardam memórias dos espantalhos que povoavam os
campos, na altura das sementeiras, todos eles com a nobre missão de proteger os
campos dos ataques das aves de rapina, muitas vezes pequenos pardalitos, mas
que tudo debicavam e destruíam. Dessas memórias, os medos passados não fazem
história, mas por vezes sonhava-se com figuras humanas que tinham sido
castigadas a tão nobre missão, e como eles, em noites de lua cheia ganhariam
vida e vingar-se-iam daquelas crianças traquinas que atiravam pedras, ao mesmo
tempo que faziam troça.
Na
minha memória guardo de uma festa ocorrida em Campo de Besteiros nos inícios da
década de noventa em que se prestou homenagem ao espantalho, figura impar dos
nossos campos, amigo do agricultor e nada nocivo para o ambiente. Festa da qual
fui um dos organizadores através dos Escuteiros.
Engraçado,
no domingo de Páscoa vi um espantalho bem diferente, acompanhar o sinal dos
tempos, mas também a aproveitar os produtos que estão mais à mão.
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