8 de setembro de 2013

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CAMPO - oito de setembro...



Escrever sobre a festa de Nossa Senhora do Campo é escrever com um misto de saudade de tempos idos, de já não ver pessoas que partiram, mas ao mesmo tempo é voltar às origens, e participar numa festa única na nossa memória coletiva. Conscientes de não ver as multidões de outrora, e quando falo de outrora falo de entre o século dezasseis e século vinte era o santuário mariano mais importante do bispado de Viseu, o mais concorrido com uma multidão que segundo relatos coevos vinham de bastante longe com muitas horas de viagem. Hoje, vemos ao mesmo tempo besteirenses a prestar homenagem a Nossa Senhora, participando com devoção na procissão.
Numa época marcada pela crise, a festa religiosa decorreu dentro desse espírito, mas sem perder a sua identidade transmitida por um grupo valoroso e dedicado de mordomos que estão de parabéns pela obra realizada, agora concretizada com a colocação de um aporta de vidro, que permitirá “espreitar” para o seu interior, garantindo a segurança do espaço.

Dia não tão quente como tem sido este verão, um pouco barulhento sobretudo poeirento nas ruas com um trânsito numeroso e por vezes ruidoso a caminho do Caramulo, o Santuário embelezado com primor pelas mordomas, foi pequeno para os besteirenses presentes que mais tarde participaram na procissão que percorreu as ruas da vila de Campo de Besteiros.

Olhar para esta festa é olhar para uma festa que por direito próprio deveria ser uma das maiores festas religiosas do concelho que em tempos idos tinha acoplada a si uma feira franca de grande importância para a região. Mas quando não se é sede do concelho, a História esquece-se…Olvida-se, quando se olvida, nada sai debaixo da pedra, nem como em tempos idos do valado da senhora, segundo a lenda se encontrou uma formosa Nossa Senhora em pedra. Lenda como lenda deve ser respeitada.

Mas voltar ao Campo é voltar a nossa terra, rever caras conhecidas, ou conhecer outras de outros espaços, mas todas com um denominador comum que é gostar de Campo de Besteiros, das suas tradições, das suas memórias. Apesar, do nosso olhar ficar triste ao olhar-se para a serra, para a nossa serra que parece que não quer dar descanso aos Bombeiros, o Campo é sempre o Campo, o verdadeiro coração do Vale de Besteiros.

 

 

 

Nenhum comentário:

-------------------------------Um baú de histórias e memórias--------------------------------