
Benardino Guiné - Grande amor e dedicação ao Besteiros Futebol Clube
Comemora-se hoje, três de Fevereiro, o centenário do nascimento de Bernardino Guiné. Data significativa na nossa memória colectiva, porque é um dos besteirenses que merece ver o seu nome gravado, na história de Besteiros, terra que tanto amava. Os seus filhos, em boa hora, honram a sua memória, ao promoverem esta homenagem que se realiza somente, no dia seis de Fevereiro, por ser um sábado, para que todos os besteirenses possam reverenciar este grande homem que lutou pelos nossos valores, pelo nosso clube, para que o seu nome e da nossa terra fosse por todos respeitado.
Num artigo recente para este mesmo blog escrevi que na história do Besteiros ” uma das figuras ao nível de dirigismo que mais se distinguiu foi Bernardino Pereira Ribeiro (Guiné). Viveu o Besteiros e para o Besteiros. Figura impar com grande capacidade de trabalho, aparecem dele inúmeras referências de organizações de diferente índole que levou ao efeito. Foi da sua lavra que saiu o primeiro festival automobilístico, percursor mais tarde, da Grande Prova de Perícia de Campo de Besteiros.
Pessoa incansável, desempenhou ao longo da sua vida vários cargos directivos, sempre norteado pelo lema, servir o Besteiros. Homem de grande iniciativa e criatividade conseguia através do seu dinamismo dotar o clube de meios necessários à sua sobrevivência. Nos momentos de aflição, era sempre ele a dizer presente. Relembro uma situação, contada pelo Dr. João Almiro, que demonstra bem o seu carácter:
“Após a realização de algumas assembleias, não se tinha encontrado ninguém disponível para assumir a presidência do clube. Passados alguns dias, chega ao pé de mim o Bernardino (Guiné), a propor-me que era necessário encontrar um presidente. Alertei-o que agora já não valia a pena, porque já tinha passado o prazo de inscrição do clube e dos jogadores. Olhou para mim, sorrindo e disse-me:
- Sim, o prazo já passou, mas o que diz a isto que tenho no bolso?
Mostrou-me um maço de cartões de jogadores que tinha inscrito por sua conta e risco. Perante tal determinação, não lhe pude dizer que não!”
É da sua lavra, o espectacular festival desportivo realizado em Agosto de 1953.
O seu desaparecimento em 1973, foi bem sentido pela colectividade. Sobre ele escreveu o correspondente de Molelos, depois de participar na justa e sentida homenagem que lhe foi prestada:
“Um homem que em vida e até há pouco mais de um ano se deu inteiramente ao seu clube e a quem se fica devendo, talvez em grande parte a sua projecção até ao presente.”
Lamento não ter engenho e arte na escrita, para transmitir para este espaço a obra deste grande besteirense, apesar da minha memória conservar dele uma vaga imagem, presto aqui, nestas palavras a minha sincera homenagem e, quem dera a Campo de Besteiros a existência de outras figuras da mesma estirpe e qualidade humana. Obrigado, Bernardino Guiné por tudo aquilo que deu ao Besteiros e a Campo de Besteiros.
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