PARQUE DE CAMPO DE BESTEIROS (2)

nome masculino
1. extensão de terreno arborizado e/ou com jardins, frequentado pela população em geral para fins recreativos (prática de desporto, piqueniques, e outras formas de lazer)
Está na moda os parques. Locais de convívio por excelência e de contacto com a Natureza proliferam pelo país, embelezando as terras com a sua construção. Mas qual será a sua origem? Quais serão os seus antecessores?
Nos finais do século dezoito, nomeadamente entre a década de sessenta e setenta projectou-se para a cidade de Lisboa um Passeio Público, sendo a primeira realização que se enquadra num Parque Público. Este tipo de construção era já moda nas grandes cidades europeias, nomeadamente Paris. Estas obras encarnavam em si o espírito do Iluminismo, projectando na sua construção os ideais do século das Luzes.
Na época foi concebido como uma alameda que visava, sobretudo o ordenamento do espaço urbano, contribuindo para o embelezamento e da cidade e para o seu saneamento. Local de convívio de excelência arborizado possibilitava às classes sociais um local de convívio e de lazer, fundamental numa época onde a industrialização marcava os tempos. Nestes locais a cultura estava presente, marcado principalmente pelo coreto, onde as bandas alegravam às tardes de lazer.
Os anos foram passando, esses locais foram evoluindo, perdendo a sua importância de outrora, com o surgir de outros locais de “exibir” a moda da época. Hoje, a procura incessante apelo de contactar com a Natureza colocou na “moda” esses equipamentos. O stress civilizacional colocou esses parques em destaque. Desde há muito que também os besteirenses reivindicavam uma solução para o denominado recinto da feira.
Agora, olhando para o nosso parque e entrando na máquina do tempo podemos ver aquele espaço por altura dos anos vinte do séc. XX. Num olhar atento podemos ver ao fundo o primeiro campo onde se jogou futebol em Santa Eulália de Besteiros. Viveram-se tardes inigualáveis, momentos únicos sobre a sombra acolhedora do Monte e do senhor do Calvário.

Ao mesmo tempo o recinto foi sofrendo intervenções. A feira espraiava-se por aquele espaço, mais tarde foi murado, plantaram-se árvores quando corria o ano de trinta e sete, muito mais tarde, já nos anos setenta, construiu-se um parque infantil, também casas de apoio às festas de Setembro. Também, devido à prova de perícia alcatroou-se uma rua central para a prova. Tudo ia mudando a sua fisionomia, mas naquele espaço subaproveitado era onde as manifestações culturais e desportivas ocorriam no Vale de Besteiros
Era o nosso parque, que num conjunto integrado com o Largo do Cruzeiro servia como uma autêntica sala de visitas. Por vezes, nos anos cinquenta quando o Besteiros regressava de um jogo de futebol era recebido no Largo de Cruzeiro ao som da concertina bailava-se e cantava-se até às tantas, num ambiente de folia. (continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário