16 de dezembro de 2009

Viseu reage mal à perda de curso de Medicina para Aveiro



O anúncio feito pelos ministros do Ensino Superior e da Saúde da criação de um novo curso de Medicina na Universidade de Aveiro, destinado a licenciados e que entrará em funcionamento no ano lectivo 2011/12, deixou uma vez mais os representantes políticos da cidade de Viseu agastados com a situação.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu lamentou que a cidade tenha perdido "mais uma vez" a possibilidade de ter um curso de Medicina.
"Não tenho nada contra Aveiro, mas a verdade é que nós tínhamos um histórico", afirmou Fernando Ruas à agência Lusa, lembrando que Viseu reivindicou uma Faculdade de Medicina mas esta acabou por ir para a Covilhã e depois o programa do anterior Governo de José Sócrates anulou a decisão do antecessor de criar na cidade uma universidade pública que teria como principal âncora a Medicina, em parceria com a Siemens Medical Solutions.
Na opinião de Ruas esta perda deve-se ao facto de "as pessoas de Viseu ligadas ao partido do Governo terem muito pouca força ou então os seus camaradas de outras cidades terem mais do que elas".
Lembrou que a cidade de Viseu tem "um hospital central que poderia servir de rectaguarda" ao curso de Medicina e também uma Escola de Saúde, no Instituto Politécnico.
Por outro lado os socialistas de Viseu acusam o PSD de ser o "principal responsável" por Viseu não ter um curso de Medicina.
O PS lembra que foi o PSD que acabou com a possibilidade de Viseu ter ensino universitário público quando, em 2002, chegou ao Governo e "recusou" o Instituto Universitário de Viseu, aquele que seria uma unidade orgânica da Universidade de Aveiro.
"Este projecto facultava a possibilidade das pessoas que tinham uma licenciatura terem acesso a outra. Este instituto era já uma parceria instituída com a universidade de Aveiro e que rapidamente passaria para Universidade de Viseu. Isso é um fardo do qual o PSD não se libertará", sustentou o deputado Acácio Pinto.
Também os deputados do PSD eleitos por Viseu ficaram insatisfeitos por o Governo não ter optado, mais uma vez, pela capital de distrito para criar um curso de Medicina.
Os deputados do círculo eleitoral de Viseu, enviaram uma carta ao ministro da Ciência e Ensino Superior onde criticam o facto de o Governo ter decidido abrir novo curso de Medicina em Aveiro sem ligar às ambições e condições de Viseu.
Na missiva dizem não ser movidos por "qualquer sentimento contra Aveiro, cidade irmã de Viseu", mas sim por "um sentimento de revolta" face ao ministro e ao Governo a que pertence.
Fonte: Viseu Mais.com

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