No ano de 1952, António Oliveira Salazar
extingue o feriado nacional de 3 de maio que tinha sido criado em 1912 pelos republicanos
para comemorar a descoberta do Brasil. A Igreja, neste dia já festejava a dia
Festa da Cruz ou de Santa Cruz com grande tradição no norte do país.
Em Campo de Besteiros porém, perde-se
no tempo a realização da festa de três de maio, ou a Festa da Cruz. Hoje não se
comemora no dia, porque as solicitações atuais não o permitem, mas festeja-se
no primeiro domingo de maio, este ano felizmente, no dia 3 de maio, ao mesmo
tempo dia da Mãe. Outrora, a festa da Cruz merecia dos habitantes do vale de
Besteiros grande carinho, sendo a mesma procissão formada com figuras bíblicas
e pela escadaria viam-se peregrinos de joelhos, no cumprimento das suas
promessas.
Desde algum tempo, a Sagrada
Eucaristia celebra-se ao ar livre, porque noutros tempos a capela revelava-se
exígua para o número de peregrinos. Este ano, a chuva esteve presente, sempre
em força, ano em que a mordomia tinha colocado um coberto para obstar a
inclemência do sol. Caprichos do tempo, dizemos nós. A tradição desta festa
aponta, embora com caráter lendário, que é a comemoração do facto de Santa
Helena, mãe do Imperador Constantino ter encontrado a Cruz de Cristo. Em
Jerusalém após escavações foram encontradas três cruzes, descobriu-se a
verdadeira cruz de Cristo, quando a mesma foi colocada sobre doentes
realizava-se um milagre. Outros apontam para celebrações romanas que foram
apropriadas pelos cristãos.
Esta festa é celebrada em muitos locais, nomeadamente em Espanha com grande impacto, porque o mais importante é a fé, apesar da lenda que encerra.
Esta festa é celebrada em muitos locais, nomeadamente em Espanha com grande impacto, porque o mais importante é a fé, apesar da lenda que encerra.
Mesmo com o mau tempo, o padre Felisberto veio em procissão desde a Igreja Matriz até ao Monte do Calvário com o crucifixo numa demonstração de coragem e sacrifício, sobretudo respeito pela tradição. No sopé do Monte do Calvário integrou-se na procissão, a imagem da Imaculado Coração de Maria transportada aos ombros pelos Bombeiros Voluntários do Vale de Besteiros. De seguida, participou-se na Sagrada Eucaristia que decorreu ao ar livre, situação para qual permitiu o coberto colocado pela a mordomia deste ano.
Dia de chuva, mas dia de festa,
dia da Mãe, dia de carinho e respeito pelas nossas tradições, onde se cumpriu a
história, e onde tive o prazer de mais uma vez participar. A Festa do Senhor do
Calvário que pela qual nutro muito carinho, e onde fui mordomo por três anos
consecutivos e fiz parte da comissão que implantou o monumento ao Imaculado Coração
de Maria.
Aproveito a oportunidade para dar
os parabéns aos mordomos pela cobertura e a mordoma ou mordomas responsável por
aquele lindíssimo tapete de flores. Lindo, lindo.
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