Há dias recebi por mensagem o lamento de um jovem sobre o “adormecimento”
de Campo de Besteiros. Desabafava o jovem que aqui “não há nada”. Lembrei-me do
meu tempo de jovem, sem internet, sem as redes sociais, onde o horizonte
somente era de um lado a serra do Caramulo, do outro lado, a visão estendia-se
até à Estrela, mas não passavam de uma visão distante, porque os nossos passos,
na maioria das vezes, resumiam-se ao vale de Besteiros.
O que tínhamos era pouco, mas apesar de pouco e muito mitigado, tínhamos
os escuteiros, ao mesmo tempo sonhávamos representar o melhor clube do mundo, o
Besteiros, ou andávamos aos tombos no râguebi. Do verão também tínhamos as
Festas de Setembro, a sua preparação, mas para isso existia a “elite” local,
que arregimentava a “elite” que vinha da capital, mesmo que para tal vivessem
nos subúrbios. Alguns, jovens, não aqueles da elite entretinham-se a “fazer”
teatro, ou outras atividades relacionadas com a cultura, ou simplesmente, a dar
uns mergulhos na Pedra Furada, ou umas futeboladas, primeiro no recreio da
Escola, ou então no adro da capela de Nossa Senhora do Campo e mais tarde na
Corte, no ringue de cimento.
Tem razão, esse jovem ao afirmar que Campo de Besteiros não tem nada, mas
antes de esperar que algo aconteça, seria importante unir esforços, e eles jovens
fazerem acontecer. Mas deveria surgir
outra dinâmica cultural e desportiva, mas como, se nem para isso se elege uma
direção para o Besteiros?
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