Partir para o mundo, deixando para trás a terra natal, onde demos os primeiros passos, balbuciámos as primeiras palavras, cria em nós, um sentimento de perda de algo que muitas vezes não sabemos exprimir. Aquelas pequenas coisas a que não dávamos valor, aquelas paisagens que para nós eram banais, começam a transformar-se em pequenas maravilhas, motivadas pela ausência prolongada. Dá-se valor ao cheiro da terra, aquele perfume inebriante quando o vale está florido, aquela aragem quente que nos conforta, à protecção da serra a uma vale encantado que nos faz sentir que chegámos outra vez a casa.
De certeza, muitos de nós quando voltamos, não esquecemos de passar pelo Monte do Calvário e deleitarmo-nos com a vista sobre Campo de Besteiros. É o nosso mundo, o nosso pequeno mundo! A visão abraça a nossa terra, sentindo como a estreitássemos nos nossos braços, satisfazendo a ânsia do regresso. O coração aperta, mas é algo que nos impele a continuar a olhar.
jotade
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