OS JOVENS E OS COMPORTAMENTOS DE RISCO
Daquelas imagens que se guardam, principalmente devido ao
choque que nos produzem, e as interrogações que transportam consigo. Um
amanhecer de verão, junto à praia, próximo dela uma discoteca popular na zona. Havia
pouco tempo que tinha acabado a “noitada”, os jovens prestavam-se para
regressar às suas viaturas, porém, outros deslocavam-se a pé para apanhar um transporte
público para o regresso a suas casas. Dois jovens tentavam arrastar uma jovem
que mal se segurava em pé, apesar de também o equilíbrio deles não ser o
melhor, e numa voz entaramelada desabafava – “que não sabia o que tinha
acontecido, mas talvez tivesse sido da bebida, mais aquilo que tomara”. Espetáculo
triste de ver, sobretudo de compreender, ainda mais quando somos confrontados
com uma reportagem do jornal Expresso sobre o consumo de álcool e não só,
porque o mesmo é aliado a outras substâncias, pelos mais jovens. Existe uma grande
irresponsabilidade, onde o medo não provem da autoridade, mas mais do que pode
acontecer com o carro. Inversão de valores, ao mesmo tempo que promove uma
cultura de assumir riscos unida a uma crescente desresponsabilização das famílias.
Será importante parar para refletir, será importante
dimensionar o problema de uma forma clara sem subterfúgios, porque não é
olvidá-lo que o mesmo se resolve, não é deixar alcoolizada a turba, que os mesmos
não sentem a crise do país. Pão, circo e feras já passou esse tempo, agora
pretende-se medidas reais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário