CAMPO DE BESTEIROS...o nosso Mundo

Campo da Neuza, em dia de jogo

Escrever sobre Campo de Besteiros, refletir sobre Campo de Besteiros é uma forma de estar, sem estar, de ver, sem ver, de sentir, sem sentir. Desde pequeno foi o meu mundo, na maioria das vezes resumia-se ao lugar do Seixo, sempre com a Igreja e a Escola debaixo de ponto de mira. Ir ao Campo era ir ao Campo, à parte nobre da vila, a “outro mundo”, um pouco diferente com mais movimento, que nos atraia. A Capela da Senhora do Campo, a Praça da República, o largo da Feira, o Central, o Rosete que no domingo enchia para se ver as matinés. Dessas matinés lembro-me do Tarzam, do Flecha Negra entre outros…

Noutros domingos deslocávamo-nos mais para este em direção ao campo da Neuza. Esses dias, dias de futebol, o povo cumpria uma parte do seu destino, de manhã a devoção, de tarde a reinação…

Naquele tempo as equipas ainda entravam separadas, à frente o capitão que dava um grande pontapé na bola até á zona do meio campo, atrás os outros “besteiros” como autênticos soldados preparados para a batalha. Hoje, já não é bem assim. A International Board quer o fair-play, que soa a falso, como a UEFA dizer que terminava o jogo, quando se ouvisse nos estádios manifestações de racismo. Ou o som do meu televisor estava com problemas, mas quando o Nani tocava na bola, ouvia-se a claque alemã a imitar os macacos… Pois enchem a voz, mas do outro lado eram alemães… então encolhem outra vez a voz.

Mas, não era este o assunto do meu artigo. Quando entrava o Besteiros acontecia uma autêntica explosão de alegria com os gritos “vamos lá Besteiros” a encher o vale. Momentos únicos proporcionados por grandes equipas alvi-rubras, que no fim do jogo vinham se desequipar à Propaganda, lavando-se como podiam na fonte da feira.

Velhos tempos, bons tempos...