Na paragem do autocarro
Todos dias, ele encontra-se
parado na paragem de autocarro. Dá uns passos para direita, volta para trás, olha
para estrada, ao mesmo tempo vê passar o trânsito. Outras vezes senta-se no
banco da paragem. Dias a fio, sem destino, ele espera o seu autocarro
imaginário. Os autocarros chegam, carregam pessoas, descarregam pessoas, ele
fica imperturbável, porque aquele não é o seu autocarro. Ainda não chegou, não
sabe se chegará, será somente a espera de alguém. Por vezes olha para o
relógio, de seguida olha para a estrada, maneia a cabeça, e regressa à velha
rotina de passos perdidos.
É daquelas “figuras”, que se simpatiza
sem sequer lhe termos dito alguma palavra. Nele está uma história de vida, não
de vida sem sentido, porque toda a vida tem o seu sentido, mesmo parecendo não
ter sentido nenhum.
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