Santa Bárbara nos proteja!
Em dias de trovoada, quando se via para os lados da Barra
muito carregado, a borrasca aproximava-se, e de repente os relâmpagos iluminavam
o vale, refletiam na serra criando figuras fantasmagóricas que nos assustava de
tal forma que se olhava uns para os outros sem sequer emitir alguma palavra. O céu
escuro era cortado pelos raios, mesmo na angústia do momento conservava a sua beleza,
mas ao mesmo tempo assustador. Talvez devido ao microclima, ou a outras razões
que não sei explicar, a trovoada em Campo de Besteiros é forte, mesmo
assustadora. Pois, isso sou eu a puxar a brasa à minha sardinha. De certeza que
em todos os lados a trovoada é de fugir.
Contavam-se histórias antigas, de momentos de temor, que
mais tarde nas árvores, na chaminé ou noutros locais encontravam-se sinais da
queda dos raios. E nesses momentos de aflição pensava-se em Santa Bárbara,
pensava-se em Deus que nos protegesse.
Rezava-se então a Santa Bárbara com muita devoção:
“Santa
Barbara pequenina
Se vestiu e calçou
Seu caminho caminhou
Jesus encontrou
E Ele perguntou
Barbara, onde vais?
Senhor, vou para o céu,
Abrandar a trovoada
Que sobre nós anda armada
Manda para o monte do rosmaninho,
Onde não haja pão e vinho
Nem ramo, nem maneira
Nem folhinha de Oliveira.”
Se vestiu e calçou
Seu caminho caminhou
Jesus encontrou
E Ele perguntou
Barbara, onde vais?
Senhor, vou para o céu,
Abrandar a trovoada
Que sobre nós anda armada
Manda para o monte do rosmaninho,
Onde não haja pão e vinho
Nem ramo, nem maneira
Nem folhinha de Oliveira.”
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