29 de dezembro de 2013

HOJE ESCREVO EU...


 
 
2013 despede-se aos poucos, ano aziago, ano de austeridade, ano, como em todos os anos de tragédias. Algumas bem próximas de nós, que nos levam a questionar o papel de alguns no mundo. A sua insanidade, o seu pouco respeito pelos outros, mas não só. Final do ano, altura de formalizar desejos, alguns ficam pelos habituais, saúde, emprego, outros procuram outros objetivos, mas aquilo que mais desejamos é que olhem para nós com outros olhos, não como números, não como meros apêndices estatísticos, porque apesar de abominar a palavra, ou melhor a frase, parece que tudo depende dos interesses do “grande capital”.
Custa ouvir que tudo é excessivo, mas mantêm o tratamento, custa ouvir que estamos a ser duramente castigados, mas não aliviam a carga, custa ver a destruição aos poucos da escola pública, objetivo incluído no “irrevogável”, mas ninguém altera essa situação.
Coragem não é aquele que fala alto, coragem é aquele que pelos seus atos luta pelo interesse geral, pelos desfavorecidos, por aqueles que não têm voz.
Este ano vimos partir Mandela, exemplo de humanista, também este ano vimos a rainha britânica a corrigir um erro, e a conceder perdão a um matemático de nome Alan Turing. Tarde, mesmo muito tarde, porque esse matemático morreu em 1954. Distinguiu-se, porque foi aquele que mais contribuiu para informática, desencriptou o código criado pelas máquinas “enigma”, utilizada nas comunicações dos nazis, mas tinha um "problema", era homossexual. Sendo por isso perseguido pela justiça britânica, submetido a julgamento, tratamento hormonais e dispensa de serviços que prestava ao governo.  Tarde, mesmo muito tarde.
Por isso não quero que daqui alguns anos, venha o governo português pedir desculpa aos portugueses por esta austeridade cega, que pelos visto é só para alguns.
Ainda vão a tempo de emendar a mão.
 

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