Abriram-se as prendas,
isso é quem as pôde receber, abriram-se garrafas que estavam guardadas para
este dia especial, mesmo com o mau tempo que fez correr água por tudo que era
sítio, por vezes, por onde não se queria. Mas aqui desculpem que vos diga,
muitos de nós são incapazes de fazer algo pelo bem comum e comportamo-nos como
autênticos “fregueses” à espera que os outros, neste caso, o Município, a Junta
de Freguesia façam o nosso trabalho. Às vezes é somente desimpedir um coletor
de águas pluviais, outras vezes, é estarmos disponíveis para ajudar, ou para
informar. O tempo, acho que nos tornou egoístas e só olhamos para o nosso
umbigo, por isso que governos perduram no tempo aproveitando a nossa letargia
que parece cada vez mais “irrevogável”.
Mesmo assim esta data
conserva sobre si toda a beleza, todo o encanto, toda a magia que nos
transporta e nos transforma no tempo. Recordações, muitas recordações, de tanto
natais, de tantas consoadas, de tantos momentos partilhados com muitos que já
partiram.
É Natal, por isso é
legítimo acreditar em todos os sonhos, mesmo nos sonhos de crianças, que
sabemos nós que muitas vezes não se realizam.
Sonho de ter alguém que
nos governe pelo bem comum, por nós povo que vemos todos os dias a angústia de
mesas vazias, a angústia de casa abandonadas, a angústia de ver partir amigos.
É Natal. Feliz Natal.
Um comentário:
Infelizmente a nossa sociedade tornou-se demasiado egoísta e comodista, o que na nossa terra mais se acentua, pois temos "termos de comparação" com a vitalidade existente umas décadas atrás, em que se respirava pujança, iniciativas e vontade em fazer coisas, numa palavra, amor á causa nostra, ou seja á nossa terra, Hoje infelizmente é o que se vê. Inércia, comodismo e egoísmo, com cada um a olhar apenas pelo seu quintal. Sabemos que existe muita gente que adoptou a nossa terra e nela se instalou e a tornaram sua, com direitos e deveres. Por isso são tão besteirenses como os aí nascidos, por isso também têm o direito e o dever de dar o seu contributo, o que certamente se bem aconselhados e motivados não recusariam, assim soubessem os originários ser o motor impulsionador para um trabalho comunitário de engrandecimento e valorização da nossa terra. Isolados nada conseguimos, unidos podemos mover montanhas. Assim todos puxem para o mesmo lado.
A todos os besteirenses, sem excepção, aos residentes e aos ausentes, votos que o ano de 2014 seja de muita saúde,paz, harmonia, amor e felicidades pessoais e profissionais e que para a nossa terra seja um ano de relançamento para muitas e frutuosas iniciativas. Como se diz nos Açores (Haja saúde)
Rui Cruz
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