Escrever sobre Campo de
Besteiros, refletir sobre Campo de Besteiros é uma forma de estar, sem estar,
de ver, sem ver, de sentir, sem sentir. Desde pequeno foi o meu mundo, na
maioria das vezes resumia-se ao lugar do Seixo, sempre com a Igreja e a Escola
debaixo de ponto de mira. Ir ao Campo era ir ao Campo, à parte nobre da vila, a
“outro mundo”, um pouco diferente com mais movimento, que nos atraia. A Capela
da Senhora do Campo, a Praça da República, o largo da Feira, o Central, o
Rosete que no domingo enchia para se ver as matinés. Dessas matinés lembro-me
do Tarzam, do Flecha Negra entre outros…
Noutros domingos deslocávamo-nos
mais para este em direção ao campo da Neuza. Esses dias, dias de futebol, o
povo cumpria uma parte do seu destino, de manhã a devoção, de tarde a reinação…
Hoje, porém se escrevesse, não
sobre Campo de Besteiros, mas sobre o país, sobre algumas classes “trabalhadoras”,
acho que não encontraria adjetivos para poder desabafar, para poder apontar
alguns que se arvoram com todos os direitos, mas se esquecem das obrigações.
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