Dia Internacional da Mulher, dia para lembrar um poema de Natália Correia,
feito nas bancadas do parlamento, em tempos, em que os deputados não se
distraiam com o facebook e outros que tais.
Este poema nasceu em resposta a um deputado do CDS que defendia que sexo só
para fins de procriação.
De uma forma diferente presto a minha sincera a homenagem a todas as
mulheres que souberam lutar pelo seu espaço e dignidade humana. A todas as
mulheres que souberam combater as desigualdades, as injustiças, de um mundo que
por vezes faz ouvidos moucos.
“Natália Correia, na sequência da
afirmação do deputado do CDS, João Morgado, em Abril de 1982, de que «o acto
sexual é para fazer filhos», repondeu-lhe com o seguinte poema, provocando o
riso em todas as bancadas parlamentares.”
Já que o coito – diz Morgado –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou – parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão – diz o ditado –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou – parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão – diz o ditado –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Natália Correia
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