Em Campo de Besteiros, por vezes foge-se da História como se fosse algo de
mal, ou aviltante para uma comunidade. Honrar a memória de alguém é um acto de
justiça para com essa pessoa, que apesar dos seus defeitos e virtudes contribuiu
para o bem comum. Quem diz honrar uma pessoa, diz honrar uma instituição, um
local para que a História não se apague da memória de cada um.
Deixa-me apreensivo não ver, ou não verificar a atribuição do nome campo da
Neuza a uma rua de Campo de Besteiros. Deixa-me incomodado,
sobretudo por sentir que se quer apagar deliberadamente esse vestígio. Não o
compreendo, não o aceito, não o desejo.
Diz alguém com muita propriedade que se “morre onde se nasce”, porque aí se
iniciou a vida, ficaram raízes, ficaram memórias.
O campo da Neuza faz parte da história de Campo de Besteiros desde 1937.
Muito tempo, mesmo muito tempo para se querer apagar ou esquecer. A inauguração
do campo da Neuza ocorreu no longínquo ano de 1937 deveu-se à iniciativa
principalmente a nível financeiro do presidente da direção do Besteiros F.C da
altura. José Marques Sousa. Emigrante, no Brasil teve ação meritória na
concretização do novo campo de futebol. Segundo os relatos da altura, o mesmo
era ondulado, sem as mínimas condições para uns pontapés na bola, quanto mais
um jogo de futebol.
Para prestar homenagem a José Marques Sousa, os de então decidiram atribuir
o nome da filha ao campo de futebol passando a denominar-se de campo da Neuza.
Desde dessa altura, trinta sete do século passado até ao último jogo realizado
naquele espaço sempre se designou de campo da Neuza.
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