O
Ti Zé Augusto está cada vez mais convencido que isto não vai lá, nem vai
melhorar. O Ti Zé, do alto dos seus cabelos brancos, de muitos invernos
passados, olha para estes políticos saídos das jotas como políticos sem
experiência de vida, sem experiência de mundo que olham para as pessoas como
meros objetos, não como pessoas que dão ênfase e sentido às coisas. Por isso
cada vez mais pensa que isto não vai lá, porque muitos deles vão chegar a lugares
de topo, outros já chegaram e com os resultados que se conhecem.
Fala-se
que se voltou aos mercados, regozija-se, alguns dão loas ao vento, mas o povo,
o povo que sente, o povo que sofre, sabe, sente que ir ao supermercado é uma
odisseia ao olhar-se para os trocados. Sabe e sente cada vez mais tristeza,
porque a sua casa está vazia, porque os seus filhos, licenciados saíram para as
estranjas. Sabe e chora da dor da separação, da mesa da vazia, do olhar do
desemprego.
Por
isso voltar aos mercados, sem o país é somente para inglês ver, porque nada
mudou nas nossas vidas.
O
Ti Zé Augusto sabe, sente, sofre, mas, mesmo lá no fundo, mesmo muito ao longe
espera encontrar uma luz de esperança, mas para isso tem de pisar a relva
daninha que existe por aí…
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