21 de julho de 2012

RIO CRÍS - AGIR PARA SALVAR




As primeiras grandes civilizações desenvolveram-se junto aos grandes rios, que foram essenciais para a prática da agricultura, da pesca da navegação e mesmo do comércio. Nas suas margens floresceram aldeamentos que dependiam dos “humores” do rio, nomeadamente do seu regime de cheias. Destas grandes civilizações falamos da suméria, da egípcia, a do vale do indo e do rio amarelo. De diferentes formas os rios foram fundamentais para o seu desenvolvimento, marcando ainda hoje, embora de forma diferente os povos.
De facto, os rios são permanentes interlocutores com o homem, que se quiser preservar a sua qualidade, deverá adotar com esses cursos de água, um comportamento de defesa do meio ambiente sem ser agressivo, ou então desenvolver medidas profiláticas que os protejam.

Olhando agora para perto de nós não se compreende o abandono a que está votado o rio Crís. Nasce na serra do Caramulo, na sua vertente oriental, junto ao Carvalhal da Mulher. Pouco extenso, cerca de trinta quilómetros, até desaguar no rio Dão, deveria merecer pelas suas características outro olhar, outro comportamento, em que o mesmo se tornasse uma referência de qualidade e de atração da população para as suas margens. No percurso que efetua, na freguesia de Campo de Besteiros tem dois locais de eleição, a Tabuaça e a Pedra Furada. Molha também os pés à povoação da Ribeira, onde o rio foi sempre bem aproveitado.
O Rio Crís límpido poderia ser um autêntico oásis em termos piscícolas com zonas de lazer de qualidade impar, ao mesmo tempo as suas margens serem locais para a realização de caminhadas com o rio mesmo ao lado. Não se compreende, porque não tenha existido alguém a encabeçar esta luta de preservação do nosso rio, do nosso passado. Dos relatos de outrora fala-se de um rio rico em peixe, de águas límpidas de grande importância para as populações a nível da agricultura.
Nas notícias temos lido o financiamento de programas de recuperação de outros rios, mas do rio Crís, nem novas, nem mandados.
Os primeiros passos poderiam ser dados com um estudo mais aprofundado do rio, desde a sua nascente até a foz. Identificar, inventariar, classificar e sobretudo apontar soluções, mas para isso as entidades deveriam assumir um papel mais importante. Mas temos de estar conscientes que se a sociedade civil não pressionar, nada será feito.

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