29 de julho de 2012

MONUMENTO AO BESTEIRO (à sua arma) II


A besta é uma arma, naquele tempo era extremamente mortífera, que segundo o dicionário Houais de Língua Portuguesa é um engenho “ portátil e consiste num arco de madeira, cujas extremidades são ligadas por meio de uma corda que se retesa por meio de mola e que, ao ser solta, arremessa setas curtas”. Uma arma com alguma complexidade, que exigia do Besteiro algumas despesas de manutenção da mesma que implicava que aqueles que a manejavam tivessem alguns rendimentos. Mais tarde com a utilização das armas de fogo, a besta perdeu a sua importância.

A geografia do terreno, o arvoredo, a proteção da serra talvez tenha proporcionado as condições ideais para a estadia dos besteiros, tanto no treino, como no local onde se reuniam para partir para as batalhas, quando eram chamados pelo Rei. Não podemos olvidar e conforme já referi atrás, o uso da besta é de certa complexidade que exigia um aprimorado treino para se adquirir destreza no seu manejamento. Na investigação realizada mas sem grande sustentação documental é que tenha sido neste vale protegido pela Serra do Caramulo, onde se refugiaram alguns besteiros muçulmanos, fugidos da cidade de Viseu, quando a mesma foi reconquistada pelos cristãos. Não sabemos ao certo e tudo aquilo que se possa escrever são conjeturas.

 Porém, partindo da descrição de Frei Agostinho de Santa Maria que afirma na sua obra Santuário Mariano:

“O Campo ou Vale de Besteiros é um vale, muito alegre e delicioso, principalmente no tempo de Verão, por sua frescura e muitos arvoredos. Tem de comprido de Leste a Oeste dois mil e duzentos passos e de Norte a Sul mil passos. Neste vale, em a freguesia de Santa Eulália e em termo da cidade de Viseu se vê situada a casa da Senhora do Campo”.

Concluo que os terrenos circundantes do santuário da Senhora do Campo, em tempos mais remotos foi atribuído o nome de Besteiros, ou ballistaris, por ser o local, onde se reuniam os besteiros para manejarem as suas bestas e participarem no exército do rei no tempo da reconquista cristã ou então onde se refugiaram besteiros árabes fugidos dos cristãos.

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