23 de julho de 2012

GRANDE PROVA PERÍCIA AUTOMÓVEL DE CAMPO DE BESTEIROS, porque?...


PROVA DE PERÍCIA, porque não se avança...

Se o mundo corresse na sua normalidade, se país também corresse na normalidade, esta semana seriam de preparativos para a Grande Prova de Perícia Automóvel de campo de Besteiros. Limpava-se a pista, faziam-se as marcações, concretizava-se o percurso que tinha sido delineado com tempo pela organização. Sim, esta prova de perícia era histórica, era mítica, era algo que merecia outra atenção das entidades locais. Em primeiro lugar, as suas raízes perdem-se no tempo, já lá vão mais de oitenta anos. Sim, digo bem mais de oitenta anos, precisamente oitenta e cinco, quando se realizou a primeira prova por tempos denominada Rally Sport, não com carros, mas com bicicletas. Este pessoal de Campo de Besteiros era ousado, das fraquezas fazia forças, da criatividade a principal qualidade, nem adversidade ou esquecimento do poder local servia de desculpa para não se fazer.
De fato, ou ver que nada acontece, que nada faz mudar o curso das coisas é com tristeza que se aceita o destino. Aqui, penso que o município deveria ter um papel importante, até porque deveria tratar com equidade os seus munícipes e as suas freguesias.
No longínquo ano de 27, encontrámos a primeira notícia referente à organização de provas desta índole. A “Folha de Tondela” refere a organização do “Rally Sport Ciclista”. Dessa notícia podemos inferir que, apesar de alguns percalços acontecidos com os concorrentes, a prova decorreu com muito entusiasmo e alegria. O público encheu as ruas aplaudindo os participantes, que registaram a seguinte classificação:

                1.º - João Leitão, Campo;

                2.º - Nicolau Rebelo, S. Tiago;

                3.º - Nicolau Ferrador, Campo;

                4.º - Henrique Vieira de Melo, S. Tiago;

                5.º - Álvaro Martins, Routar;

                6.º - José Dias Alves, Campo;

                7.º - Alfredo Leitão, Campo;

                8.º - Avelar Leitão, Campo.

                Esta prova apareceu integrada na Feira Franca anual que era costume realizar-se em Setembro, por altura da Festa da Senhora do Campo. A festividade decorreu de oito a dez de Setembro, englobando atividades bastante diversificadas, nomeadamente, jogos tradicionais, teatro, arraial popular, futebol, tiro ao alvo, feira da semente e feira do gado e também de utensílios agrícolas e artesanais. Sim, estão a pensar como eu que a primeira ficton foi em Campo de Besteiros. Pois foi, e era aqui que deveria ter sido recriada.

Nenhum comentário:

-------------------------------Um baú de histórias e memórias--------------------------------