17 de junho de 2012

QUEREM DESTRUIR O INTERIOR DO PAÍS!!!


Ontem, fecharam a escola, a escola onde muito de vós aprenderam as primeiras letras, onde muitos de vós descobriram que o mundo não se resumia à vossa aldeia. Ontem, fecharam as urgências de noite, agora num momento de aflição temos de aguardar pela ambulância que por caminhos esconsos nos levam para hospital que ainda funciona, mas com taxas moderadoras a convidarem a ficarem em casa. Ontem, fecharam as maternidades, fecharam os serviços de proximidade. Ontem, fizeram-nos voltar às estradas antigas, cheias de buracos, de mil perigos escondidos ao portajarem autoestradas que nos aproximavam do resto do país.
Hoje, querem fechar os tribunais, extinguir freguesias, mais tarde talvez fechar as finanças.
Amanhã querem fechar a Câmara, fechar outros serviços estatais que ainda restam.
Ao mesmo tempo dizem-nos palavras meigas, cheias de falsidade que querem revitalizar o interior, combater a desertificação. Tudo a soar falso, tudo a soar a intrujice, mas nós cordeirinhos aceitamos sem sequer reagir.
Viver no interior, viver no mundo rural é conseguir obter uma qualidade de vida invejável, desde que os serviços possam funcionar, desde que o lema a norteá-los seja servir o cidadão que também paga impostos, desde há muito, mas poucas vezes sem beneficiar deles.
Viver no interior é viver sem pressa, a ouvir o rosnar dos cães, mas sem ter medo da sombra de um homem. É ser livre, é ser feliz, é ser português. Não queremos subsídios por viver aqui, queremos somente ter aquilo que os outros têm, e que não nos fechem serviços, que não nos tirem a esperança e o gosto de viver em Portugal.

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